segunda-feira, 6 de abril de 2009

TAC revela duas faces da rainha egípcia Nefertiti

A pouco tempo enviaram-me por e-mail esta noticia sobre Nefertite, achei interessante em colocá-la aqui. Por falar de Nefertite aproveito para dizer que com a edição deste mês da revista National Geographic vem o DVD "Nefertite e a dinastia perdida", em que pode ser adquirido juntamente com a revista (4,95 euros) ou separadamente (1,45 euros).
Na revista, entre as várias reportagens tem a interessante reportagem sobre Hatchepsut com o titulo "Hatchepsut, Uma mulher no trono do Egipto".



Camada em calcário e camada em gesso
TAC revela duas faces da rainha egípcia Nefertiti

31.03.2009 - 15h59 PÚBLICO
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Uma tomografia axial computorizada (TAC) revelou que o busto de Nefertiti, elaborado há 3300 anos para honrar a mulher do faraó Akhenaton, é composto por duas camadas - uma mais perfeita e bela do que outra. A peça interior, em pedra de calcário, tem algumas rugas em torno da boca e um alto na cana do nariz. A camada exterior, de gesso, sofreu ajustes que eliminaram esses detalhes e que enfatizaram as maças do rosto e aumentaram a profundidade dos cantos dos olhos de Nefertiti, um ícone da beleza da época.
A investigação, liderada pelo director do Imaging Science Institute do Hospital Charite de Berlim, Alexander Huppertz, mostra pela primeira vez que o núcleo calcário do busto é uma escultura mais detalhada da rainha Nefertiti. Os resultados da investigação foram publicados hoje na revista médica "Radiology" e mostram quão profunda é a camada de gesso e revelam pela primeira vez que há uma segunda cara de Nefertiti sob a superfície.

"Foram feitas alterações, mas algumas são positivas e outras são negativas", explica Huppertz à Associated Press, especulando que na origem das diferenças entre as duas camadas estará uma ordem, de autor desconhecido, para que os escultores reais realizassem alguns ajustes à imagem da mulher do faraó. "É possível que o busto de Nefertiti tenha sido encomendado (provavelmente pelo próprio Akhenaton) para representar Nefertiti de acordo com a sua percepção pessoal", arrisca Huppertz, em declarações à Reuters. Os investigadores acrescentam a hipótese de o escultor ter tentado aproximar o busto de Nefertiti dos ideais de beleza da época.

Também o comissário do British Museum de Londres para as áreas do Egipto Antigo e Sudão explica que é para já impossível concluir o porquê dessas alterações. "Podemos deduzir que a versão final foi considerada, de alguma forma, mais aceitável do que [aquela que ficou] 'escondida', embora seja preciso ser cauteloso ao tentar explicar o significado dessas mudanças", disse John H. Taylor à AP.

Mas mais importante do que mostrar a revisão do aspecto de Nefertiti e interpretar as motivações por trás desse trabalho, diz Taylor, é o conhecimento aprofundado sobre a estátua, que melhorará a sua preservação. As conclusões aferidas da TAC dão a conhecer "o processo construtivo e a condição interna do busto, o que será de grande valor para assegurar a sua sobrevivência a longo prazo e em boas condições".

Esta não foi a primeira TAC a que foi submetido o busto. Mas em 1992, quando foi realizada a primeira TAC, a tecnologia permitia poucos detalhes - a imagem resultante correspondia a cortes transversais da estatueta a cada cinco milímetros, quando a pedra esculpida sob o gesso se encontra a um ou dois milímetros da superfície.

O busto de Nefertiti foi descoberto em 1912 e integrado na colecção egípcia da ilha dos museus de Berlim. Actualmente, está exposto no Altes Museum e será reacolocado para o Neues Museum, em obras até Outubro.

O busto de Nefertiti é um dos cinco artefactos mais valiosos para as autoridades egípcias, que reclamam há anos a devolução de vários objectos (como a pedra Rosetta) ao seu país. A agência cultural das Nações Unidos, a UNESCO, está a mediar as negociações entre o governo egípcio e os restantes governos do mundo cujos museus têm na sua posse artefactos daquela era.


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